Ao contrário do que esperava o mercado, o spread do sistema financeiro com recursos livres recuou 0,7 ponto percentual de abril para maio, de 17,9 pontos para 17,2 pontos. A taxa média de juros no crédito cedido com recursos livres recuou de 26,3% ao ano para 25,8% ao ano. Mas economistas ouvidos pelo Valor esperam aumento das taxas de juros e dos spreads daqui para frente. E por este motivo é importante que você saiba como é calculado o spread bancário.
“A tendência é de aumento dos spreads. Sem dúvida, mais efeitos da trajetória de alta da Selic aparecerão em algum momento”, afirma o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.
Também tem que ser considerado o salto no juro real implícito nos chamados “contratos de swap 360” (estrutura que permite a troca de taxa prefixada por pós). Em junho, até o dia 21, esse juro já avançou 1,18 ponto percentual, de 2,82% ao ano para 4% ao ano.
“Com os recentes desdobramentos sobre as curvas de juros longas, com forte elevação [devido à saída de estrangeiros do Brasil], em junho muito provavelmente esta taxa já terá subido”, diz Thaís Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados.
“Os bancos têm priorizado linhas de financiamento com inadimplência menor, mas que, em contrapartida, têm spread mais baixo. Os dados do BC podem indicar que a mudança no mix da carteira de crédito ainda não acabou”, diz Wermeson França, economista da LCA Consultores.
Gonçalves também não descarta a possibilidade de os próprios tomadores preferirem tomar recursos por meio de linhas de financiamento com histórico menor de inadimplência. “Chega uma hora que as famílias decidem parar de se endividar”, diz.
Nas linhas para pessoas físicas, o saldo do crédito consignado subiu 1,9% no mês, enquanto o de cheque especial recuou 0,6% e o de aquisição de veículos caiu 0,2%.
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