Os juros e o spread – a diferença entre o custo do dinheiro para os bancos e por quanto eles emprestam a seus clientes – dispararam em julho. Outro sinal de piora do quadro no mês passado foi a queda na oferta de crédito pelos bancos de 15,8% sobre junho.
Já a inadimplência dos empréstimos, incluindo financiamentos subsidiados dos bancos públicos, atingiu em julho a menor marca desde março de 2011, início da série histórica do Banco Central. Em julho, o calote nos financiamentos caiu de 34% para 3,3%. A inadimplência do mercado de recursos livres, que não inclui os empréstimos direcionados ficou estável em 5,2%,
O chefe do departamento econômico do BC, Tulio Maciel, comemorou a queda e da inadimplência geral. Para ele, o ritmo de queda deve ser mais lento a partir de agora, dado o recuo visto em 2013.
No Itaú Unibanco, as economistas Eleonora Loureiro e Lilian Ferro apresentaram uma visão um pouco mais cética que a do BC e comentaram que, se a economia brasileira não se recuperar, a tendência de baixa da inadimplência dos últimos meses pode se reverter. Elas ressaltaram também que a elevação dos juros básicos, a Selic, também tem impacto na trajetória de alta das taxas ao consumidor. Na quarta-feira, o BC elevou a taxa em 0,5 ponto porcentual, para 9% ao ano.
Juros
Pelos dados do BC divulgados ontem, a taxa de juro média subiu de 18,5% ao ano em junho para 19,1% no mês passado. Na avaliação de Maciel, os juros bancários subiram no mês acompanhando o ciclo de aumento da Selic promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta afetou as taxas para pessoas físicas e empresas.
O spread bancário também avançou, crescendo de 10,9 para 11,4 pontos percentuais. Maciel citou uma série de fatores que poderiam explicar este avanço. “O spread vinha caindo bem ao longo do ano, acompanhando a baixa da inadimplência”, disse.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Deixe um comentário