Depois de ficar estável em abril, a taxa média de juros das operações de crédito voltou a cair em maio e fechou o mês passado em 18,1% ao ano, 0,4 ponto percentual abaixo do que foi cobrado no mês anterior, informou nesta terça-feira o Banco Central (BC).
No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, a alta agora é de apenas 0,1 ponto percentual em relação a dezembro, quando a taxa média de juros estava em 18% ao ano – o menor patamar da série histórica.
Em 12 meses encerrados em maio, a taxa média de juros caiu 3 pontos percentuais.
A queda foi puxada pelos financiamentos às empresas, cujo custo caiu 0,5 ponto percentual, para 13,5%. Para as famílias, a média recuou de 24,3% ao ano para 24% ao ano.
Os dados do BC confirmam que o custo do crédito direcionado é bem menor do que o dos empréstimos com recursos livres. A taxa média do crédito direcionado fechou maio em 6,9% ao ano, ante 25,8% ao ano do crédito livre.
Nas operações com recursos livres, o custo do crédito para as famílias recuou 0,2 ponto percentual, a 34,2% ao ano, e para as empresas, a taxa média aumentou 0,7% e atingiu 18,5% ao ano.
No crédito direcionado, a taxa média de juros das operações para as famílias manteve-se em 6,7% ao ano, mesma taxa de abril. Já o custo das empresas caiu para 7% em maio, ante 7,2% de abril.
O BC reformulou a metodologia da nota de crédito para também englobar informações das operações feitas com recursos de aplicação obrigatória pelos bancos, ainda que parte dele não seja concedida a taxas de juros reguladas. Antes, a autoridade monetária só divulgava as taxas médias de juros das operações do chamado “crédito referencial”, um subconjunto que englobava todo o crédito livre menos operações de arrendamento mercantil e de crédito habitacional com taxas de mercado.
Spreads bancários
Assim como os juros médios, os spreads bancários (diferença entre o custo de captação dos bancos e o que eles cobram dos clientes) de todas as operações do sistema financeiro recuaram em maio para 11,2 pontos percentuais, ante 11,7 pontos em abril.
Os dados do BC mostraram que, no acumulado dos primeiros cinco meses do ano, os spreads caíram 0,2 ponto percentual. Na leitura em 12 meses, os spreads foram reduzidos em 2,4 pontos percentuais.
A queda foi maior nos spreads das operações voltadas às empresas, que caíram de 7,4 pontos em abril para 6,8 pontos percentuais em maio. As famílias, por sua vez, contrataram crédito com spread de 16,9 pontos percentuais em maio, 0,4 ponto percentual inferior ao de abril.
No crédito livre, os spreads gerais foram de 17,2 pontos percentuais em maio, 0,7 ponto percentual inferior ao de abril. As empresas contrataram empréstimos e financiamentos com spread de 10,4 pontos percentuais, ante 11,2 pontos percentuais do mês anterior, e as famílias contaram com spread de 25,5 pontos percentuais, 0,3 ponto abaixo do patamar de abril.
Já os spreads no crédito direcionado em maio foram de 2,5 pontos percentuais, ante 2,7 pontos percentuais de abril. Nas operações com recursos de aplicação obrigatória pelos bancos, os spreads voltados às pessoas físicas caíram para 2,9 pontos percentuais e os das pessoas jurídicas recuaram a 2,2 pontos percentuais.
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