Bradesco dá início à temporada de resultados do setor amanhã e deve apresentar lucro 15% maior no 1º tri
spread maior e bons ativos” width=”315″ height=”630″ class=”alignleft size-full wp-image-842″ style=”margin-top: -1px; width: 170px;” />Em um período em que o crédito custou a evoluir, é a partir do baixo apetite para riscos e de um ensaio de recuperação de spreads que os quatro maiores bancos de capital aberto devem extrair um lucro líquido de R$ 11,6 bilhões no primeiro trimestre, valor 8,8% maior do que o observado em igual período do ano passado e 1% menor na comparação com o quarto trimestre de 2013.
Pela média das estimativas de cinco casas de análise, Bradesco e Itaú Unibanco devem puxar esse resultado. O primeiro deve mostrar um lucro líquido de R$ 3,388 bilhões, o que representaria uma expansão de 15,1% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Para o Itaú, a expectativa é de crescimento de 26,8% do lucro, na mesma base de comparação, para R$ 4,452 bilhões. Os números levam em conta os cálculos dos analistas para o lucro líquido ajustado.
A temporada de divulgações começa na quinta-feira, com os números do Bradesco. O aumento do lucro da instituição é, segundo analistas consultados pelo Valor , reflexo de um cenário favorável com recuperação de spreads e estabilidade na qualidade dos ativos. Além disso, o banco tem se esforçado para manter as despesas sob controle. “Em termos de crédito, o consignado e o imobiliário devem ainda apresentar forte crescimento e a expansão no segmento de pequenas e médias empresas (PME) deve superar a do corporativo [em geral]”, afirma a equipe de análise do J. Safra, em relatório.
No caso do Itaú, os analistas continuam bastante otimistas. Segundo relatórios de Goldman Sachs, J.Safra, Credit Suisse e Votorantim Corretora, a instituição deve apresentar retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) acima de 20% pelo quarto trimestre consecutivo e acima dos níveis apresentados em 2012 e 2013. Esse desempenho é o melhor entre os bancos do país. No que se refere ao crédito, o primeiro trimestre não deve mostrar grandes mudanças, com o banco mantendo o perfil conservador.
O menor apetite por risco nos empréstimos, porém, não deve ser exclusividade do Itaú. Os analistas creem que tal dinâmica envolverá todos os bancos privados ao longo deste ano, que ainda tendem a caminhar a passos lentos na diversificação da carteira. “De uma forma geral, uma recuperação mais ampla do apetite por crédito é improvável este ano e o primeiro trimestre vai tornar mais difícil para os bancos atingirem o guidance (meta) anual de crescimento dos empréstimos”, destaca o relatório assinado por analistas do Goldman Sachs.
Apesar disso, a expectativa é de que no longo prazo as carteiras dos bancos privados cresçam, à medida que os bancos públicos coloquem o pé no freio após anos de aceleração. Essa brecha deve ser ocupada de maneira mais evidente por Itaú Unibanco e Bradesco. “Seguimos confiantes porque os bancos públicos já chegaram em um patamar muito alto em termos de oferta de crédito e devem reduzir participação e, consequentemente, abrir espaço para os privados”, destaca o analista da Ativa, Lenon Borges.
Para o Banco do Brasil, a estimativa dos analistas é de resultado fraco no primeiro trimestre, mesmo com o esforço do banco de cortar custos. Segundo a média das expectativas de três casas de análise, o lucro líquido ajustado do banco deve ser de R$ 2,462 bilhões, com recuo de 8,3% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Por mais um trimestre, a qualidade dos ativos da instituição ainda é citada como um fator de preocupação. Apesar da recuperação dos spreads em algumas linhas, o resultado financeiro do BB pode ainda refletir o alto estoque de crédito com spreads menores, além de um aumento dos custos de captação.
No caso do Santander Brasil, a expectativa é de desempenho aquém do desejado. Assim como o Banco do Brasil, a qualidade dos ativos da instituição é citada como um fator preocupante. Os analistas veem o resultado do banco como o mais sensível entre as maiores instituições no país, uma vez que ainda há dificuldade em melhorar a rentabilidade da operação. “O banco sofreu mais com a inadimplência, além de ter uma carteira que cresce menos que os concorrentes”, diz Carlos Daltozo, analista da BB Investimentos. O banco deve mostrar um aumento nas despesas com provisões na comparação com o trimestre anterior, mas o movimento deve ser de melhora quando comparado com o mesmo período do ano passado. Segundo a média das perspectivas de quatro casas de análise, o lucro líquido do banco deve ter ficado em R$ 1,29 bilhão, o que representará recuo de 15,1% em relação ao mesmo trimestre de 2013. (Colaborou Carolina Mandl)
Por Fabiana Lopes | Valor Econômico
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